Rio Congelado (Estados Unidos, 2008) apresenta uma abordagem única sobre a questão da imigração ilegal para os Estados Unidos. O diferencial está no olhar feminino sobre a questão, principalmente sob o ponto de vista da maternidade, em um filme muito bem construído pela diretora e roteirista Courtney Hunt.
A protagonista é Ray, interpretada em intensa densidade dramática pela atriz Melissa Leo (de 21 Gramas), mãe de dois filhos recentemente abandonada pelo marido, ela passa os dias a espera de seu cada vez mais improvável retorno, em uma situação financeira que a coloca a beira de um abismo. Na busca pelo marido, encontra Lila (Misty Upham), uma coiote que tira seu sustento do transporte ilegal de imigrantes pela fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. Pressionada pela falta de dinheiro e pelo sonho da compra de uma casa para si e seus filhos, Ray estabelece uma parceria com Lila, entrando no negócio com seu próprio carro que levará no porta-malas os imigrantes de um país a outro por meio da travessia do rio congelado que separa a frágil fronteira, situada dentro de uma reserva indígena.
No interior do intenso clima de suspense de Rio Congelado não há espaço para heróis nem vencedores, muito menos para julgamentos. O que vemos são mulheres que tentam manter suas famílias em meio a seus conflitos internos em um cenário natural que lhes é também hostil, duro como a vida das personagens. E é esse cenário que parece forjar sua determinação.
O filme é indicado ao Oscar 2009 em duas categorias: melhor atriz para Melissa Leo e melhor roteiro original para Courtney Hunt.
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