Biutiful (2010), de Alejandro González Iñárritu (Babel, 21 Gramas, Amores Brutos), mantem as marcas estilísticas características do diretor: a não-linearidade, gosto pela pela estética realista, crua e dura, foco em vidas sem saída, marcadas pela luta em torno da sobrevivência, e enfoque na temática da morte como algo inevitável, mesmo que se negue a aceitá-la.
Esse é o drama vivido pelo personagem Uxbal, interpretado por Javier Bardem, pai de dois filhos, separado da mulher que ama, uma bipolar que se nega a se medicar, ele portador de câncer terminal em sua luta para protegê-los do mundo ao redor até o final.
Faz parte da trama a dura realidade do trabalho ilegal e escravo de imigrantes orientais e africanos, explorados por uma rede de agenciadores inescrupulosos. Uxbal tem ligação direta com esse universo, seja conhecendo os agenciadores, pagando policiais para não fiscalizar o trabalho desses imigrantes ou tentando minorar suas péssimas condições de vida, comprando-lhes aquecedores ou pagando-lhes pequenos serviços, como uma babá para seus filhos.
Um filme sufocante, imensamente triste ao mesmo tempo que inteiramente verdadeiro, assemelhando-se de modo mais próximo, entre os demais filmes de Iñárritu, a 21 Gramas.
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