A Suprema Felicidade, de Arnaldo Jabor, selecionado para abrir o Festival do Rio 2010, é uma grande decepção frente a alguns dos ótimos trabalhos realizados pelo diretor no passado. Fazendo distorcida referência a filmes de Federico Fellini e outros diretores, a citação acaba por soar como pretensão quando comparada às obras dos grandes mestres do cinema. A péssima direção de atores os leva a uma interpretação artificial, forçada e desprovida de sentimento. O roteiro é ruim, com diálogos não convincentes e situações inverossímeis. Os personagens falam palavrões e usam gírias atuais em pleno pós-guerra, anos 40/50, tempo em que os valores eram outros. A obscenidade e por vezes o nu e o sexo aparecem de modo incisivo, o que se destaca pela inadequação a uma época em que a sociedade brasileira era ultraconservadora. Em meio a tudo isso, também somos incomodados pela péssima voz da atriz principal, que canta desafinadamente. Enfim, uma lástima que tal filme tenha sido selecionado para abrir o Festival do Rio deste ano.
Se não bastasse, acabo de ler nos jornais que 'Lula, o Filho do Brasil', de Fábio Barreto, foi indicado como o representante nacional para concorrer ao Oscar 2011, uma notícia no mínimo desconfortável. O Brasil virou um lugar estranho para a liberdade e a criação.
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