
O filme torna-se chocante também pelo inevitável paralelo com o recente e bárbaro crime de Goiânia, onde uma criança de 12 anos era mantida em condições similares.
Alguns elementos nos levam a refletir sobre a violência na esfera social privada: a opção de Sylvia por entregar-se como mártir para proteger a irmã, o que parece ter aguçado ainda mais os instintos cruéis de Gertrude; a crescente participação dos filhos e seus amigos na tortura, o que, certamente, é o mais chocante na história; a omissão de todos, incluindo vizinhos, em socorrer Sylvia.
Atenção especial (diga-se especial para quem não sabe o desenlace da história real) para o final comovente, quando Sylvia faz questão de voltar à casa onde fora enclausurada.
E destaca-se ainda a excelente atuação das atrizes principais, Ellen Page (a mesma de Juno) como Sylvia, e Catherine Keener (de Capote) como Gertrude.
Um Crime Americano não aponta causas nem soluções para tamanha violência. No que o diretor acertou, na minha opinião. Ao contrário, ao mostrar a situação através de um recorte baseado no que de fato aconteceu, ele nos fornece a opção da reflexão, da análise.
Talvez a grande questão que fique ao final do filme, seja: "Um Crime Americano?"

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