segunda-feira, novembro 17, 2008

Vicky Cristina Barcelona

O mais recente filme de Woody Allen estreou no Rio semana passada, trazendo um frescor que lembra o estilo dos primeiros filmes de Pedro Amodóvar, tanto no uso da cor quanto na mise en scène.

Vicky Cristina Barcelona, ambientado na bela cidade catalã, aborda as relações amorosas entre um poeta local, interpretado pelo talentoso ator Javier Bardem (de Mar Adentro), e duas amigas norte-americanas em férias na Espanha, vividas pela atual musa do diretor, Scarlett Johansson (Cristina), e Rebecca Hall (Vicky). Servindo de contraponto para a marcante presença cênica de Bardem, surge Penélope Cruz, a ex e eterna mulher do protagonista, em papel em nada diferente dos que interpretou em filmes almodovarianos.

Nessa simpática e leve comédia, Woody Allen mais uma vez filma na Europa, tendência que havia anunciado em Dirigindo no Escuro e que assumiu desde Match Point.

Se, por um lado, Vicky Cristina Barcelona parece um tanto distante dos melhores momentos da obra do diretor elaborada nos anos 70/80, da densidade dramática de personagens em busca de si mesmos em uma Manhattan que os desorienta tal qual a seu criador, o próprio Allen, por outro o filme traz em si uma leveza e um descompromisso agradável tanto aos olhos quanto ao espírito. Um cinema, sob esses aspectos, em acordo com suas origens primeiras, ou seja, gestado para simplesmente divertir. Em tratando-se de Woody Allen, diversão que une sutileza e inteligência.

segunda-feira, setembro 01, 2008

O Atalante - Minha ultima sessão de cinema no Paissandu

Minha última sessão de cinema no Paissandu foi às 19h15 de sexta, 29 de agosto de 2008. O filme escolhido foi o francês O Atalante (L' Atalante), de Jean Vigo, de 1934.

As belas imagens da história de amor passada a bordo do barco Atalante, o último filme de Vigo, não deixam transparecer seus conturbados bastidores: o diretor filmava já bastante doente, morreria poucos meses depois das filmagens, e o filme passaria por sérias dificuldades de finalização.

O que o breve documentário exibido antes do filme contextualizava, coincidia com o sentimento de tristeza na platéia pelo fechamento, dali a dois dias, do Cine Paissandu, no Flamengo, um dos poucos cinemas de bairro da cidade do Rio de Janeiro, reduto de cinéfilos e amantes da sétima arte. Os motivos para o fechamento foram amplamente divulgados pela mídia local, relativos a problemas financeiros para a manutenção da sala. O que ocasionou protestos desesperados na tentativa de reverter o fechamento ou ao menos mobilizar as pessoas em torno de seu não fechamento.

Um dos primeiros a tomar iniciativa foi Fabio Coutinho, integrante de meu grupo de discussão, Roteiros On Line, que disponibilizou um abaixo-assinado, ainda disponível no link http://www.petitiononline.com/15121960/petition.html . Até o momento (são 20h30 de segunda, 01/09/2008), constam 5.719 assinaturas.

O Atalante narra a lua-de-mel de um casal a bordo do navio homônimo, pelos canais de Paris. O dono do barco é Jean, o marido, e a bordo estão mais duas figuras. Uma delas, o tio, impõe à imagem um tom humano e sincero e, ao mesmo tempo, grotesco, seja por sua imagem tatuada, seja pelas atitudes, ou pela quantidade de gatos que convivem no espaço exíguo da embarcação, em cima da mesa, dentro dos armários e em cima das camas. Em contraste, Juliette, a recém esposa, surge sobre o barco em seu traje de noiva, uma das mais belas cenas do filme e da história do cinema, ou mergulha seu rosto numa tina onde diz ver o rosto de seu amado. O marido, ao contrário, não consegue o mesmo feito, o que frustra a jovem. Ela sonha conhecer Paris e em uma das atracagens do Atalante na cidade, conhece um vendedor ambulante que lhe atiça ainda mais a curiosidade. Juliette acaba fugindo, ao mesmo tempo em que Jean decide esquecê-la. Vendo seu sofrimento, o tio decide procurar a moça.

É um filme de constrates entre momentos de intenso lirismo e imagens quase documentais.

E é plenamente visível na imagem as influências de dois movimentos surgidos na França e quase contemporâneos ao filme: o impressionismo francês e o surrealismo.

O Atalante será lançado no Brasil em breve em dvd, juntamente com demais filmes de Jean Vigo.

Um filme que guardarei na lembrança não só pela beleza, mas também por ter sido minha última sessão de cinema no Paissandu.

Um Crime Americano (An American Crime)

Um Crime Americano (2007) choca por vários fatores que o diretor e também roteirista do filme, Tommy O'Haver, soube muito bem orquestrar para contar a história real de Sylvia Likens, vítima aos 16 anos do mais brutal crime contra uma só pessoa ocorrido em Indianápolis, Indiana, USA, em 1965. Sylvia e sua irmã Jennie, mais jovem e deficiente, são deixadas temporariamente pelos pais, que trabalham em um circo, na casa de uma desconhecida, Gertrude Baniszewski, mãe solteira de sete filhos, em troca de 20 dólares semanais. Porém, Gertrude logo fará de Sylvia seu objeto para seu ódio e insanidade, começando por castigos físicos até o enclausuramento da moça no porão da casa, onde lhe perpetuará torturas diárias durante aproximadamente dois meses.
O filme torna-se chocante também pelo inevitável paralelo com o recente e bárbaro crime de Goiânia, onde uma criança de 12 anos era mantida em condições similares.

Alguns elementos nos levam a refletir sobre a violência na esfera social privada: a opção de Sylvia por entregar-se como mártir para proteger a irmã, o que parece ter aguçado ainda mais os instintos cruéis de Gertrude; a crescente participação dos filhos e seus amigos na tortura, o que, certamente, é o mais chocante na história; a omissão de todos, incluindo vizinhos, em socorrer Sylvia.

Atenção especial (diga-se especial para quem não sabe o desenlace da história real) para o final comovente, quando Sylvia faz questão de voltar à casa onde fora enclausurada.

E destaca-se ainda a excelente atuação das atrizes principais, Ellen Page (a mesma de Juno) como Sylvia, e Catherine Keener (de Capote) como Gertrude.

Um Crime Americano não aponta causas nem soluções para tamanha violência. No que o diretor acertou, na minha opinião. Ao contrário, ao mostrar a situação através de um recorte baseado no que de fato aconteceu, ele nos fornece a opção da reflexão, da análise.

Talvez a grande questão que fique ao final do filme, seja: "Um Crime Americano?"

terça-feira, agosto 05, 2008

LEMON TREE, limoeiros como metáfora de um conflito


Lemon Tree traz a nós, do ocidente, mais uma visão sensível sobre os conflitos entre israelenses e palestinos. Assim como em A Banda, filme já comentado e indicado neste blog, a curiosidade recai sobre a vida das pessoas da região. Porém, enquanto em A Banda a abordagem do conflito é deixada em suspenso para vivenciarmos a subjetividade de seus personagens, em Lemon Tree ele logo se estabelece e ganha em densidade dramática. O foco metafórico da disputa entre israelenses e palestinos passa a ser uma plantação de limoeiros, que separa, de um lado, a recém instalada casa do Ministro da Defesa de Israel, e, de outro, a residência de uma viúva palestina, proprietária dos limoeiros, o lado supostamente mais fraco desse embate. Porém, com o toque sensível do diretor Eran Riklis, o mesmo de A Noiva Síria, acompanhamos a luta contida e solitária dessa mulher em defesa da plantação, de onde tira seu sustento. Em meio a isso, as verdades de cada personagem vão sendo expostas com sutil maestria, levando-nos, ao final do filme, a refletir: quem ganhou e quem perdeu nesse conflito? É quando se torna mais viva a reflexão sobre o drama real que assola a região há anos, questionamentos que, finda a exibição, seguem conosco para além da sala de cinema.


Ficha técnica:
Título original: Lemon Tree / Etz Limon
Israel/ Alemanha/ França
2007, color, 106 minutos
Gênero: Drama
Áudio: Árabe, Hebraico, Inglês
Direção: Eran Riklis
Roteiro: Suha Arraf e Eran Riklis

Elenco:
Hiam Abbass - Salma Zidane
Ali Suliman - Ziad Daud
Rona Lipaz-Michael - Mira Navon
Doron Tavory – Ministro de Defesa de Israel / Navon
Tarik Kopty - Abu Hussam

Destaques:
- Premiado como Melhor Filme pelo júri popular do Panorama no Festival de Berlin 2008

segunda-feira, julho 07, 2008

A Banda (THE BAND’S VISIT)


O filme A Banda, do diretor e roteirista israelense Eran Korilin, que vem acumulando prêmios em diversos festivais de cinema, é uma grata surpresa e não só pela inusitada temática.

Embalado por uma bela trilha sonora ao estilo jazzístico e pela adoção de tempos estendidos, ao estilo do mestre Antonioni, e também com claras referências ao cinema de Wim Wenders, A Banda ambienta-se em uma cidade perdida no deserto israelense. O tempo parece ali parar. E é nesse estado de suspensão da ação que somos mergulhados no universo de solidão não só do lugar em si, mas muito mais dos personagens, tanto dos que chegam, os músicos, quanto dos que ali permanecem para sempre.

Ao longo do filme, quase nos esquecemos de que tais personagens pertencem a dois grupos tradicionalmente conflituosos entre si: egípcios e israelenses. E esse é o grande atrativo de A Banda, a exposição do mundo interior desses personagens, mostrados apenas como pessoas comuns, exposição esta conduzida com extrema sensibilidade, como todo o bom cinema é capaz de realizar. Um filme que consegue tocar espectadores de culturas tão diversas e distantes, como eu e meu amigo Paulo, que assistíamos ao filme mergulhados naquela atmosfera contemplativa em uma sala de cinema do Rio de Janeiro, Brasil, América do Sul.

Estão ali personagens universais, facilmente identificáveis e verossímeis, outro aspecto basilar que o bom cinema procura retratar. Diante da tela, encontram-se pessoas iguais a nós, independente de qualquer nacionalidade. Simplesmente pessoas. É disso que trata A Banda, filme que recomendo especialmente àqueles que apreciam um cinema que se permite dar-se à contemplação. (Em cartaz no Rio e em São Paulo).

Para ouvir a bela música-tema do filme, basta acessar seu site oficial: http://www.thebandsvisit.com/intro.html


Sinopse
Os músicos de uma pequena banda militar egípcia chegam a Israel para se apresentar num grande evento, mas em razão da burocracia - ou da total falta de sorte mesmo – acabam esquecidos no aeroporto. Ao tentar seguir viagem por conta própria, sendo que apenas o jovem Haled fala inglês, e nenhum deles entende uma única palavra em hebraico, acabam numa pequena cidade em algum lugar no coração do deserto israelense. Uma banda perdida numa cidade perdida. Logo são acolhidos pelos amigáveis moradores que, apesar das diferenças culturais, abrem seus corações aos forasteiros. Durante 24 horas, a música e o amor criam entre eles uma conexão inesquecível.

O Diretor
O diretor e roteirista ERAN KOLIRIN nasceu em 1973 em Israel. Seu primeiro trabalho para cinema foi o roteiro de “Zur – Hadassim”, pelo qual recebeu o prêmio Lipper de melhor roteiro no Jerusalem International Film Festival de 1999. Em 2004, ERAN KORILIN escreveu e dirigiiu “The Long Journey”, um filme feito para a TV. A BANDA é seu primeiro longa-metragem e, atualmente, ele trabalha no roteiro de seu próximo fillme, “Pathways in the Desert”.

TÍTULO ORIGINAL: “BIKUR HATIZMORET”
ANO DE PRODUÇÃO: 2007


domingo, junho 08, 2008

Dica de livro sobre Documentário



Documentário - Técnicas para uma Produção de Alto Impacto

O livro “Documentário: Técnicas para uma Produção de Alto Impacto” ressurge no mercado editorial brasileiro em sua segunda edição, atualizada e ampliada. A autora, a cineasta americana Sheila Curran Bernard, vem analisar filmes veiculados recentemente pela indústria cinematográfica, além de revelar como construir uma estrutura narrativa de sucesso.

Para ela, a crescente popularidade dos documentários, que surgem a partir de vídeos, materiais factuais, histórias de arquivos e dramas da vida real, resulta na construção de roteiros mais impactantes.

E, por isto, o livro aponta os elementos fundamentais na aplicação de uma linguagem eficaz na criação de diversificados estilos narrativos.

Sheila explica que o documentário é um discurso de auto-expressão, como romances, canções ou pinturas, podendo ser criado em diferentes formatos. Quando bem formulado, é um instrumento que, de certa forma, compensa o descompasso entre culturas ou expõe realidades desconhecidas. E, apesar de muitas vezes promover entretenimento, o conteúdo deve possuir um caráter inspirador, motivador e educacional. Diferente do que é produzido pela indústria de Hollywood.

Geralmente, este estilo de filme é derivado da reflexão sobre assuntos polêmicos a respeito da condição humana, que deve conquistar o público e, ao mesmo tempo, ser desafiador, incômodo ou até humorístico.


Sobre a autora: Sheila Curran Bernard é cineasta e consultora de projetos que incluem a transmissão e exibição de documentários em cinemas, museus e salas de aula. Ganhou prêmios consagrados como Emmy e Peabody. Recentemente, a autora lecionou como professora convidada na Princeton University.


Serviço:

Documentário – Técnicas para uma produção de alto impacto
Editora Campus-Elsevier
Autora: Sheila Curran Bernard

A OUTRA - The Other Boleyn Girl

Na Inglaterra do século XVI duas irmãs, Ana (Natalie Portman) e Maria Bolena (Scarlett Johansson) disputam ferozmente o posto de esposa do rei Henrique VIII (Eric Bana).
Baseado no best-seller A Irmã de Ana Bolena, de Philippa Gregory, A OUTRA é uma história envolvente e provocante de intriga, romance e traição usando como plano de fundo um momento importante da história.
2008.

Inglaterra/EUA
115 Minutos
O filme tem estréia prevista para 13 de junho.

Valsa para Bruno Stein

Adaptação do livro de Charles Kiefer, Valsa para Bruno Stein narra a história de uma família em conflito que vive no interior do Rio Grande do Sul, onde Bruno (Walmor Chagas) mantém uma olaria. Um súbito encontro desperta nele a vontade de viver. Bruno se apaixona pela nora Valéria (Ingra Liberato), mas ambos lutam para sufocar o sentimento.
Por sua interpretação no filme Ingra Liberato recebeu o prêmio de melhor atriz no 35º Festival de Gramado.
Ficha Técnica:
Direção de Paulo Nascimento
Elenco: Walmor Chagas, Ingra Liberato, Aracy Esteves e Fernanda Moro
Distribuição: Panda Filmes
2007
Brasil
88 min
Estréia em 13 de junho
Site do filme: http://www.accorde.com.br/valsa/

1958, o Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil

"1958, o Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil" é um documentário dirigido por José Asbeg, sobre a primeira vitória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958.
Em junho, os brasileiros comemoram o cinqüentenário da conquista do seu primeiro título mundial no futebol. Para registrar a data, o cineasta José Carlos Asbeg está lançando o documentário 1958 - O ano em que o mundo descobriu o Brasil. Repleto de imagens históricas, o filme apresenta depoimentos de decanos que participaram da final Brasil 5 X 2 Suécia - o jogo que levou a taça Jules Rimet aos braços do Bellini. Didi, Nilton Santos, Zagalo, Djalma Santos, Zito e os suecos Borjesson, Parling, Hamrin, Simonsson, Liedholm relembram os lances da Copa onde Garrincha driblou graciosamente os maiores craques do mundo.
Entre os 50 entrevistados destacam-se o francês Just Fontaine, o artilheiro da Copa de 58; os jogadores brasileiros Dino Sani, Mazzola e Moacir; Paulo Amaral, preparador físico da seleção de 58, falecido recentemente; o jogador austríaco Helmut Senekowitsch; Victor Tsarev da então seleção da URSS que cumpriu a árdua tarefa de “marcar” o genial futebolista de 17 anos, que fazia sua estréia em copas do mundo – o Pelé. O filme apresenta, ainda, depoimentos de jogadores e membros das comissões técnicas da França, Áustria, Inglaterra, País de Gales e Suécia.
1958 - O ano em que o mundo descobriu o Brasil registra reflexões de um time de peso de comentaristas esportivos e jornalistas. Luis Mendes, Orlando Duarte, Villas-Boas Corrêa, João Máximo, o inglês Brian Glanville, entre outros, falam sobre o futebol plástico, cavalheiresco, com improvisos geniais e a construção de um dos aspectos mais marcantes da nossa identidade nacional - o arrebatamento da torcida verde amarela. Em meados dos anos 50, o país tinha, no âmbito cultural, a Bossa Nova e o Cinema Novo. Via o nascimento de Brasília pelas mãos de Juscelino. Na esfera dos esportes, Eder Jofre levava a vitória do peso mosca. Ademar Ferreira da Silva, a do salto triplo. Maria Esther brilhava em Wimbledon. No futebol, ansiava esquecer a fatídica final no Maracanã, onde em 50 perdeu o mundial para o Uruguai. A primeira estrela no escudo da seleção canarinho nos transformou no país do futebol.
Ficha Técnica:
Brasil, cor e p/b, 90 min., livre.
Direção: José Carlos Asbeg
Diretor Assistente: Jorge Mansur
Produção: Palmares Produções e Jornalismo
No dia 13 de junho a Pandora Filmes estará lançando nos cinemas o documentário simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Personal Che

PERSONAL CHE, de Douglas Duarte e Adriana Mariño é uma co-produção entre Colômbia, Estados Unidos e Brasil, de 2007.
O documentário mostra como diversas pessoas ao redor do mundo reinterpretam a lenda de Che Guevara. Do rebelde que vive em Hong Kong e luta contra o crescimento do país, ao neo-nazista da Alemanha que prega a revolução, passando pelo cubano que odeia Fidel Castro. Depoimentos que provam que o símbolo histórico do revolucionário argentino sobrevive até hoje. Mas, como todo símbolo, cada um o percebe de uma forma, muitas vezes de maneiras bastante contraditórias. Muitos filmes tentaram revelar a verdade por trás do mito de Che Guevara. Este documentário, pelo contrário, tenta explorar o mito por trás da verdade. Cor. 87min.
O filme tem estréia prevista para 20 de junho no Rio de Janeiro e São Paulo.

Cinesul 2008

O Cinesul 2008 – Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo, começa no Rio de Janeiro no dia 17 de junho para o público e vai até o dia 29 em cinco locais: Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Correios, Casa França-Brasil, Cinemateca do MAM e Ponto Cine, em Guadalupe. Serão 80 filmes em competição (entre longas, médias e curtas-metragens) e cerca de 160 exibidos em mostras paralelas. Todos com entrada franca.

DOS 700 INSCRITOS, 80 FILMES CONCORREM EM TRÊS CATEGORIAS E CERCA DE 160 SERÃO EXIBIDOS EM MOSTRAS PARALELAS

O Cinesul - Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo chega à 15ª edição em 2008 com número recorde de inscritos: 700 contra os 503 do ano passado, e produções de países como Argentina, Espanha, Brasil, Portugal, México, Venezuela, Chile, Cuba, entre outros de língua latina. O festival, que acontece no Rio de Janeiro entre 17 e 29 de junho, traz mostras competitivas: longas-metragens de ficção e de documentário e Videosul, com trabalhos de média e curta-metragem. Entre as mostras paralelas, destacam-se “Panorama Brasil” (com longas de documentário e de ficção nacionais); “Foco Espanha” (incluindo trabalhos do País Basco e das Ilhas Canárias); “Bossas Musicais”, “Bolívia, um país em transe”, “Palcos e Telas” (com filmes sobre cineastas e teatrólogos); além de específicas das escolas de cinema de Madri, de Cuba (Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños) e Buenos Aires (ENERC - Escuela Nacional de Experimentación y Realización Cinematográfica).



Dentre os filmes em competição destaca-se Partes Usadas, uma co-produção México/França/Espanha, de 2007, com direção e roteiro de Aarón Fernández Lesur, em seu primeiro longa. No filme, Iván tem 14 anos e vive com seu tio Jaime, um comerciante de autopeças usadas. Ambos estão guardando dinheiro para imigrar ilegalmente. Ao constatar que precisarão de mais dinheiro, Jaime introduz o sobrinho em roubos de peças de carro. Iván aprende o ofício rapidamente e chama seu melhor amigo para ajudá-lo. Eles se divertem e atendem com esmero os pedidos do tio. Até que Iván percebe que as suas intenções são bem diferentes das que eles pensaram juntos.
O atrativo do filme é abordar de forma diferenciada o sonho de morar nos Estados Unidos acalentado por muitos latinos: a narrativa mostra o preparo para a partida, seus impresvistos e a luta para atingir o sonho americano, mesmo que esse embate não seja lá tão ético. O final é surpreendente.

Ficha Técnica:

DIREÇÃO E ROTEIRO: Aarón Fernández Lesur FOTOGRAFIA: Javier Morón MONTAGEM: Ana Laura Calderón MÚSICA: Nação Zumbi ELENCO: Eduardo Granados, Alan Chávez, Carlos Ceja, Damayanti Quintanar e Pilar Padilla DURAÇÃO: 90 min

Para informações e programação completa acesse o site do festival: http://www.cinesul.com.br/site_2008/

Notícias

A Zazen Produções distribuiu à imprensa esta semana, a seguinte nota sobre o filme Tropa de Elite:

"No momento, não estamos desenvolvendo qualquer projeto que seja baseado em continuação de “Tropa de Elite”, seja ele para TV ou para cinema. Quaisquer declarações a esse respeito que não sejam dadas por representantes oficiais da Zazen Produções não têm valor factual. Em particular, não estamos desenvolvendo roteiro algum e não contratamos qualquer pessoa para este fim".

Em 05 de junho de 2008.

Corpo


Corpo, que tem roteiro e direção de Rossana Foglia e Rubens Rewald, conta a história de um legista, Artur, confrontado com a descoberta de um cadáver que se manteve preservado por mais de 30 anos. obcecado por corpos humanos, mortos ou vivos. Mesmo trabalhando em um necrotério público, num contexto de corrupção e decadência, vai além dos diagnósticos burocráticos e faz uma profunda leitura dos corpos. A rotina de seu trabalho é quebrada pela chegada de ossos encontrados em uma vala comum. Junto à ossada, está o corpo de uma mulher jovem, que provoca um embate no departamento: a sua supervisora, Dra. Lara, defende que o corpo é recente, sem nenhuma relação com os ossos, tidos como de vítimas do regime militar. Já Artur, pela análise do corpo, insiste que ele tem mais de 30 anos, pertence ao grupo dos ossos e que, por alguma estranha razão, se manteve preservado. O veredito de Lara, no entanto, prevalece. E ela impõe um prazo: se o corpo não for identificado em 24 horas, será enterrado como indigente. Artur decide, então, investigar por conta própria a identidade daquele corpo.


Festivais:

O longa foi eleito, pelo público, como um dos melhores da última edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro no The Method Independent Film Festival, de Los Angeles, este ano.

Montreal World Film Festival 2007 - Focus on World Cinema - Première Mundial
Festival do Rio 2007 - Mostra Novos Rumos - Première Brasileira
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2007 - Finalista pelo Voto do Público
Palm Springs International Film Festival 2008 - Seleção Oficial
Mostra de Cinema de Tiradentes 2008
The Method Independent Film Festival, Los Angeles 2008 - Melhor Filme Estrangeiro


Ficha Técnica

Corpo (Body)
Duração: 85 minutos
35mm, Cor, Dolby Digital
2007
Roteiro e Direção: Rossana Foglia e Rubens Rewald
Produção: Confeitaria de Cinema e Glaz Entretenimento
Produção Executiva: Paulo Boccato e Mayra Lucas
Montagem: Ide Lacreta
Fotografia: Márcio Langeani
Direção de Arte: Roberto Eiti
Som: Eduardo Santos Mendes
Música: Eduardo Queiroz

Elenco:
Leonardo Medeiros, Rejane Arruda, Chris Couto, Louise Cardoso, Regiane Alves, Antônio Petrin, Sônia Guedes, Zecarlos Machado, Rogério Brito, Gustavo Machado, Doró Cross

Estréia prevista para sexta, 20 de junho, no Rio de Janeiro.

sábado, maio 10, 2008

Festivais - Cannes 2008

CANNES APRESENTA ESTE ANO TRÊS LONGAS BRASILEIROS EM COMPETIÇÃO



A edição 2008 do Festival de Cannes contará com a participação de três longas brasileiros, Blindness, de Fernando Meirelles, Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, e A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele,
que concorrerão à Palma de Ouro, além de quatro curtas, A Espera, de Fernanda Teixeira, Areia, de Caetano Gotardo, Muro, de Tião, e O Som e O Resto, de André Lavaquial.




Na cerimônia de abertura será exibido Blindness, o mais novo filme de Fernando Meirelles, adaptação para o cinema do livro "Ensaios da Cegueira", de José Saramago, que também disputará ao prêmio.



Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, que estiveram juntos em um dos filmes brasileiros que mais gosto, Terra Estrangeira, ele como diretor e ela como roteirista, é outro filme brasileiro em competição em Cannes este ano.

Sinopse:
Cidade Líder, zona leste de São Paulo, Brasil. Quatro irmãos, quatro personagens que se movimentam pela cidade de São Paulo. O futebol como possibilidade de ascensão social, as transformações religiosas pelas quais passa o Brasil, o exército de reserva de trabalhadores que alimenta a cidade, a questão da identidade e da ausência do pai estão no coração da história de "Linha de Passe". Estádios de segunda divisão e batucada nas arquibancadas, engarrafamento e corredores de carros cortados por motos em alta velocidade, o contraste entre espigões e bairros de classe baixa. Esses elementos são um retrato de outro personagem central desta história: a cidade de São Paulo. Em constante mutação, é a cidade que represa os desejos e sentimentos dos personagens de "Linha de Passe". Entre suas avenidas e becos, desenha-se uma questão premente: o que é hoje considerado ético, ou não, para ultrapassar as barreiras sociais no Brasil?

Ficha Técnica:

Dirigido por: Walter Salles e Daniela Thomas
Roteiro: George Moura e Daniela Thomas

Colaboração de: Bráulio Mantovani
Direção de Fotografia: Mauro Pinheiro Jr, abc
Som Direto: Leandro Lima
Direção de Arte: Valdy Lopes Jn
Figurino: Cássio Brasil
Diretor de Produção: Marcelo Torres
Preparação de Elenco: Fátima Toledo
Edição de Som: Frank Gaeta
Trilha Sonora: Gustavo Santaolalla
Montagem: Gustavo Giani e Lívia Serpa
Produção Executiva: François Ivernel e Jim Glander
Produzido por: Mauricio Andrade Ramos e Rebecca Yeldham

Elenco:
DÊNIS João Baldasseirini
DARIO Vinícius de Oliveira
DINHO José Geraldo Rodrigues
REGINALDO Kaique de Jesus Santos
CLEUZA Sandra Corveloni





A Festa da Menina Morta é o longa de estréia de um de nossos mais versáteis atores de cinema, Matheus Nachtergaele. Participou de filmes como "O Que é Isso Companheiro?", de Bruno Barreto; "Anahy de Las Missiones", de Sérgio Silva; "Central do Brasil", de Walter Salles; "Kenoma", de Eliane Caffé; "Castelo Ra-Tim-Bum", de Cao Hambúrguer; "O Primeiro Dia", de Walter Salles; "Gêmeas", de Andrucha Waddington; "O Auto da Compadecida", de Guel Arraes; "Bufo & Spalanzani", de Flávio Tambellini; "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles; "Narradores de Javé", de Eliane Caffé; "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas", de Cláudio Assis; "Árido Movie", de Lírio Ferreira; "Tapete Vermelho", de Luiz Alberto Pereira; e "A Concepção", de José Eduardo Belmonte. Ganhou prêmios importantes pelos seus trabalhos no cinema como de melhor ator no Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro em 1998 por "O Primeiro Dia" e em 2000 por "O Auto da Compadecida".


Sinopse:
"A FESTA DA MENINA MORTA" conta a história de Santinho, alçado à condição de líder espiritual numa comunidade ribeirinha do alto Amazonas, a partir de um "milagre" realizado por ele após o suicídio de sua própria mãe. O filme procura ser o retrato íntimo dos envolvidos nesta seita e da capacidade infinita do homem em "criar" fé e buscar um sentido diante de seu horror à morte.

A Espera, dirigido e escrito por Fernanda Teixeira, é um dos quatro curtas brasileiros a concorrer em Cannes este ano.

Sinopse:

Homem de 80 anos passa seus dias em sua casa isolada e tem apenas como companhia seu antigo cão de caça. Seu cotidiano limita-se as pequenas ações, como uma partida solitária de xadrez, palavras-cruzadas e leituras noturnas. O tempo move-se lentamente no ritmo cadenciado das pás de um ventilador. A passagem do tempo é a medida da finitude da vida. Cada dia se torna igual ao outro em uma repetição para sentir segurança. Porém, não há um porto para quem se sente estrangeiro no próprio corpo.

Fernanda Teixeira: nasceu no Rio de Janeiro em 1985. Formada em Cinema pela Universidade Estácio de Sá. Trabalhou em diversos curtas-metragens como diretora de arte e montadora. "Transtorno" foi seu primeiro curta, que participou em mais de 20 festivais pelo Brasil, produzido ainda na faculdade. Seu segundo curta chama-se: "A Espera". Cursa pós-graduação de Direção de Arte para Cinema e TV na UNESA. Atualmente trabalha no projeto de seu primeiro longa, um documentário sobre o pintor Oswaldo Teixeira, seu avô.

Curiosidades:
- O curta foi rodado em 4 dias de filmagem, numa única locação na Ilha de Guaratiba, no Rio de Janeiro.
- Filmado em High Definition com a câmera Panasonic HVX-200 e, posteriormente, transferido para 35mm na TeleImage.
- O filme foi produzido sem recursos estatais, utilizando-se apenas de recursos próprios e contando com a colaboração da equipe e elenco.



- O cão Brian, da raça Weimaraner, que participou do filme, não é treinado e pertencia ao dono da locação.

Curb Your Enthusiasm – A Reinvenção do Sitcom

  Curb Your Enthusiasm é um dos mais brilhantes sitcoms da televisão norte-americana depois de Seinfeld . O criador de ambos, Larry David...